sexta-feira, 25 de março de 2011

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

Tenho o imenso prazer de postar aqui esta linda e profunda reflexão de meu Pr. Paulinho, escritor do livro: Igreja a beira do poço. Pastor, Dj, rapper e escritor,
Alimente sua mente e transmita através de atitudes o conteudo dessa reflexão!
paz absoluta! M.Raner.





"E não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis qual seja boa, agradável e perfeita vontade de Deus". (Romanos 12. 2)

O entendimento que temos da palavra de Deus determina que tipo de cristãos nós somos.

Cada cristão é responsável por examinar e interpretar as escrituras da maneira mais sincera, equilibrada e coerente possível.
Por ter uma educação cristã desde a infância ouvi diversos pregadores e diversas pessoas interpretando e usando esse texto de várias maneiras e para satisfazer os mais variados objetivos. Uma das interpretações mais freqüentes desse texto era e ainda é, a que afirma que "não conformar-se com o mundo" tem a ver com não usar determinado tipo de roupas, não ouvir as mesmas músicas ou estilos musicais e não freqüentar os mesmos lugares, as mesmas festas que os não cristãos freqüentam. Em suma, não conformar-se com o mundo é viver em um estado de completa aversão e isolamento das coisas consideradas "do mundo".
Porém, “não conformar-se" é algo muito mais profundo que isso. O Senhor Jesus em sua oração sacerdotal (Jo. 17) pede para que o Pai não livre os seus discípulos do mundo, mas que os livre de suas influências malignas (v. 15). Não se conformar com o mundo tem muito mais a ver com o entendimento, com a mente, do que com o envolvimento com as "coisas do mundo", pois isso é inevitável. Nós vivemos nesse mundo e seríamos hipócritas se não admitíssemos que convivemos, nos envolvemos, e por vezes somos influenciados por ele.
Não conformar-se com o mundo é não compactuar, não ter os mesmos valores, padrões conceitos que essa sociedade corrompida ideológica e moralmente nos apresenta como ideais.
Sejamos mais práticos: Na sociedade atual o indivíduo é valorizado pelo que ele tem e não pelo que ele é em termos de carátervalores e conhecimento. E infelizmente nós cristãos nos conformamos com esse conceito e algumas igrejas são controladas por pessoas que alcançaram um determinado patamar em termos financeiros, ou que possuem status social e que por isso são ouvidas e respeitadas em detrimento dos menos favorecidos que, apesar de possuírem a "mente de Cristo", tendo sinceridade e amor em seus corações, são menosprezados no ambiente eclesiástico.
O mundo em que vivemos é altamente competitivo, insensível individualista. Somos divididos em classes sociais, vivemos num contexto em que o nosso vizinho, nosso amigo de infância se torna o nosso rival na busca por uma vaga em um concurso público ou uma cadeira na faculdade. As necessidades dos que estão ao nosso redor já não nos comovem mais, cada um cada um cuida dos seus próprios interesses e ponto final. E nesse sentido a igreja também tem se conformado com o mundo, somos sectaristas, criamos "partidos", grupos que não cooperam entre si nem tão pouco se relacionam, Agimos, nos envolvemos e empenhamos todas as nossas forças na execução de um cargo ou de uma tarefa que passa a ser a razão da nossa vida como cristão e que nada nem ninguém pode impedir-nos ou tirar-nos desse cargo, pois caso isso aconteça, não há razão para continuarmos na comunhão da igreja.
Cuidamos dos nossos interesses e por vezes auxiliamos alguns, desde que nosso trabalho, departamento ou organização não seja prejudicado, afinal de contas a "Lei de Gérson" precisa ser cumprida.
A sociedade atual prioriza emoções sem compromisso. Basta observarmos como são os relacionamentos afetivos atuais que estenderemos o conceito desse século: O importante é viver a emoção de conhecer pessoas novas, de beijá-las sem ao menos conhecê-las direito, relacionar-se sexualmente sem nenhum tipo de comprometimento.
Até mesmo os casamentos se tornaram uma grande aventura, um sonho, um fetiche sem nenhum compromisso de cumprir a promessa do "até que a morte os separe".
Atualmente as sensações, as emoções estão sobrepondo à consciência e isso se reflete em nossos cultos. O que arrebata multidões nos nossos dias é a emoção produzida por pregadores sensacionalistas ou exorcistas, por músicos "extremamente apaixonados", e por servos de Deus "Cheios das unções" e que transformam seus cultos em verdadeiros"talk shows", em exibições, terapias de grupo ou até mesmo num "circo dos horrores", mas que o compromisso com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra é totalmente esquecido.
Nossas igrejas não podem ser ambientes nos quais é proibido ter um raciocínio lógicoanalítico, onde tudo que é dito cantado, "ministrado" e "profetizado" é engolido sem ser examinado "para ver se essas coisas são assim" (At. 17. 11).
A sociedade atual valoriza a quantidade e não a qualidade. Quanto mais, melhor. E isso vem desde a concepção da qualidade do nosso ensino fundamental, em que a escola "forte" é a que possui o maior número de disciplinas, gerando uma sobrecarga no aluno e comprometendo a gestão dos conhecimentos adquiridos, até às nossas faculdades que viraram verdadeiros caça-níqueis. Quantos mil jovens se formam por ano e não conseguem se expressar em público, não sabem escrever corretamente e estão completamente despreparados para o mercado de trabalho?
Nossas igrejas também têm embarcado nessa. Quanto mais gente nos cultos melhor! Quanto mais membros tem a igreja, mais "abençoada" e "poderosa" ela é, mesmo que ela esteja cheia de pessoas manipuladas e que nunca saíram do be-a-ba espiritual.
Isso sem falar na politicagemfofocas e entrigas que são assimiladas e trazidas para o seio da igreja como uma coisa normal um recurso, para contornar situações ou destituir determinadas pessoas de seus cargos.
Se todo problema da Igreja do Senhor fossem as roupas, os estilos musicais ou as festas que freqüentamos ou deixamos de freqüentar bastaria nos isolarmos, criando nossas grifes, nossas gravadoras, nossos clubes, nossas escolas e igrejas em uma sociedade alternativa completamente à parte do "mundo". Porém nós não fomos chamados para isso, nós somos "chamados para fora", somos chamados parainfluenciar, para sermos agentes de mudança de conceitos e de vidas.
A solução é a renovação do nosso entendimento, da nossa mente, pois aí sim experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Pr. Paulinho

Pr. Paulinho é Rapper, escritor, DJ e estudante de psicologia, Pastor da Missão Batista Jardim das Hortências em Campo Grande - RJ e integrante do grupo "Outro Plano".
tel.: (021) 78965392 - pregações, palestras e apresentações.

Um comentário:

  1. Muito boa reflexão...nos faz querer se "alimentar", mais ainda, da Palavra de Jesus, e nao somente isso, mas tbm querer entender o significado de seus "nutrientes" para nossas vidas como fator transformador em cada um de nos neste mundo caido; o que da mais prazer na alimentação, saber para que serve cada alimento e seus componentes nutricionais; assim saberemos "comer", e assim saberemos crescer saudaveis na fé e no conhecimento da Palavra e, inevitavel e consequentemente, seremos agentes transformador na sociedade. Formando-se dessa maneira,tranformaremos o que quer que seja, porque viveremos em meio a lama sem sujar nossas vestes.

    DJ MVS(ESTRATAGEMA DE DEUS)

    PAZ ABSOLUTA meus irmãos!!!

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